segunda-feira, 31 de outubro de 2011
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
domingo, 23 de outubro de 2011
Verdade..
"Mágoa. [...] Está para lá da tristeza, da solidão, do desejo de lutar pelo que já se perdeu, da raiva de não ter o que mais se queria, da pena de ter deixado fugir um grande amor, por ser demasiado grande.
Primeiro grita-se, barafusta-se, soluça-se em catadupas, fazem-se esperas, mandam-se flores, livros sublinhados, convocam-se os amigos para em quórum planearem connosco uma estratégia de recuperação, sente-se aos solavancos e come-se sem mastigar, num torpor raivoso e revoltado. A vida vai mais depressa do que nós, passa-nos por cima e os dias comem-se uns aos outros. Só queremos que o tempo corra para nos apaziguar a dor e acalmar os papos nos olhos.
Depois é o pós-guerra, a rendição, a entrega das armas e as sentenças de um tribunal marcial interior, em que os juízes são a vida e o réu, o que fizemos dela.
Limpam-se os destroços, enterram-se os mortos, tratam-se os feridos que são as nossas feridas, feitas de saudades, desencontros, palavras infelizes e atitudes insensatas, medos, frustrações e tudo o que não dissemos. Há quem se rodeie de amigos, durma com antigos casos, se enrole numa manta de xadrez e se torne o mais fiel cliente do clube de vídeo da esquina. Há quem tome calmantes, absorva vodka em noitadas vazias como uma esponja inútil, se mude outra vez para casa da mãe, ou parta em uma viagem para um local turisticamente muito apetecível.
O pior é quando se chega lá, apetece tudo menos lá ficar. Percebemos que não há longe nem distância para a dor, e que nenhum amante, amigo, mãe, irmão, droga ou bebida matam a saudade do que já fomos ou de quem já tivemos nos braços.
A mágoa chega então, quando o cansaço já não nos deixa sentir mais nada. É silenciosa e matreira, instala-se sem darmos por ela, aloja-se no coração e começa a deixar sinais aqui e ali, dentro de nós. A pouco e pouco sentimos que já não somos a mesma pessoa.
As cicatrizes podem esbater-se com os anos e ser remendadas com hábeis golpes de plástica, mas ficarão para sempre debaixo dos excertos que fazemos à alma.
O cansaço mata tudo. A raiva de não termos quem tanto amámos, a fúria de não sermos donos da nossa vontade, o orgulho de termos perdido quem mais queríamos. Só não mata as saudades e a vontade de continuar a sonhar que um dia pode mudar outra vez e libertar-nos de nós mesmos e do sofrimento, tão grande quanto involuntário, tão patético quanto verdadeiro.
Às vezes, quando a mágoa é enorme e sufoca, vegetamos em silêncio para que ela não nos coma. Fingimos que está tudo bem, rimo-nos de nós próprios perante os outros e até mesmo perante o outro que vive dentro de nós. Tornamo-nos espectadores da nossa dor. Afastamo-nos de nós, do que somos, daquilo em que acreditamos. No fundo estamos a desistir, como quem volta atrás porque tem medo do escuro, vencidos pela desilusão cansadas de esperar em casa que o mundo pare e se lembre de nós.
Mas o mundo nunca pára. Nada pára. A vida foge, os dias atropelam-se, é preciso continuar a vivê-los, mesmo com dor, mesmo com mágoa. Pelo menos a mágoa magoa, faz-nos sentir vivos.
Arde no peito e no orgulho, mas pouco a pouco vai matando a dor.
Torna-se a nossa companheira mais próxima, deixando de nos defender da tristeza que se vai consumindo como uma vela esquecida num presépio morto que uma corrente de ar ou um novo sopro de vida um dia apagará. Mas isso só é possível quando conseguirmos esquecer."
Primeiro grita-se, barafusta-se, soluça-se em catadupas, fazem-se esperas, mandam-se flores, livros sublinhados, convocam-se os amigos para em quórum planearem connosco uma estratégia de recuperação, sente-se aos solavancos e come-se sem mastigar, num torpor raivoso e revoltado. A vida vai mais depressa do que nós, passa-nos por cima e os dias comem-se uns aos outros. Só queremos que o tempo corra para nos apaziguar a dor e acalmar os papos nos olhos.
Depois é o pós-guerra, a rendição, a entrega das armas e as sentenças de um tribunal marcial interior, em que os juízes são a vida e o réu, o que fizemos dela.
Limpam-se os destroços, enterram-se os mortos, tratam-se os feridos que são as nossas feridas, feitas de saudades, desencontros, palavras infelizes e atitudes insensatas, medos, frustrações e tudo o que não dissemos. Há quem se rodeie de amigos, durma com antigos casos, se enrole numa manta de xadrez e se torne o mais fiel cliente do clube de vídeo da esquina. Há quem tome calmantes, absorva vodka em noitadas vazias como uma esponja inútil, se mude outra vez para casa da mãe, ou parta em uma viagem para um local turisticamente muito apetecível.
O pior é quando se chega lá, apetece tudo menos lá ficar. Percebemos que não há longe nem distância para a dor, e que nenhum amante, amigo, mãe, irmão, droga ou bebida matam a saudade do que já fomos ou de quem já tivemos nos braços.
A mágoa chega então, quando o cansaço já não nos deixa sentir mais nada. É silenciosa e matreira, instala-se sem darmos por ela, aloja-se no coração e começa a deixar sinais aqui e ali, dentro de nós. A pouco e pouco sentimos que já não somos a mesma pessoa.
As cicatrizes podem esbater-se com os anos e ser remendadas com hábeis golpes de plástica, mas ficarão para sempre debaixo dos excertos que fazemos à alma.
O cansaço mata tudo. A raiva de não termos quem tanto amámos, a fúria de não sermos donos da nossa vontade, o orgulho de termos perdido quem mais queríamos. Só não mata as saudades e a vontade de continuar a sonhar que um dia pode mudar outra vez e libertar-nos de nós mesmos e do sofrimento, tão grande quanto involuntário, tão patético quanto verdadeiro.
Às vezes, quando a mágoa é enorme e sufoca, vegetamos em silêncio para que ela não nos coma. Fingimos que está tudo bem, rimo-nos de nós próprios perante os outros e até mesmo perante o outro que vive dentro de nós. Tornamo-nos espectadores da nossa dor. Afastamo-nos de nós, do que somos, daquilo em que acreditamos. No fundo estamos a desistir, como quem volta atrás porque tem medo do escuro, vencidos pela desilusão cansadas de esperar em casa que o mundo pare e se lembre de nós.
Mas o mundo nunca pára. Nada pára. A vida foge, os dias atropelam-se, é preciso continuar a vivê-los, mesmo com dor, mesmo com mágoa. Pelo menos a mágoa magoa, faz-nos sentir vivos.
Arde no peito e no orgulho, mas pouco a pouco vai matando a dor.
Torna-se a nossa companheira mais próxima, deixando de nos defender da tristeza que se vai consumindo como uma vela esquecida num presépio morto que uma corrente de ar ou um novo sopro de vida um dia apagará. Mas isso só é possível quando conseguirmos esquecer."
Aplica-se mesmo bem
"Não, não gosto de dizer adeus nem de ver o fim de nada, sobretudo se não lhe vi o princípio. Prefiro dizer até um dia destes, mesmo que esse dia demore anos. Ou então, afastar-me sem uma palavra, e deixar no ar o mistério de não saber quando, como e porque é que nos voltaremos a encontrar.
Assim não sou eu que ponho fim às coisas, mas as coisas que um dia acabarão ou não por si."
Adorei
"O que eu mais gosto no amor é que, quando é a sério, cabe tudo lá dentro. A paixão, o desejo, o pulsar das almas e a serenidade dos pensamentos, a vontade de construir outra vez o mundo à imagem e semelhança do que sentimos, a paz dos regressados e a poesia das folhas brancas que cada dia esperam a doçura das palavras e a certeza das ideias.
O amor é mais do que querer, desenhar, sonhar e amar. É partilhar a vida inteira, numa entrega sem limites, como mergulhar no mar sem fundo ou voar a incalculáveis altitudes. O amor é muita coisa junta, não cabe em palavras nem em beijos, porque se leva a sim mesmo por caminhos que nem ele mesmo conhece, por isso quem ama se repete sem se cansar e tudo promete quase sem pensar, porque o amor, quando é a sério, sai-nos por todos os poros, até quando estamos calados ou a dormir."
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Eu prometi. Eu prometi que ia conseguir. Não disse que te ia esquecer, porque sei que isso é pedir demais, mas prometi que ia terminar com as visitas consecutivas ao teu facebook, que ia falar pouco ou nada de ti, que não iria olhar em todas as direcções sempre que saiu da escola para ver se te vejo, que não te ia procurar em todos os sítios que passo... basicamente, prometi que iria reduzir a tua influencia na minha vida drásticamente. Prometi.. mas não consegui cumprir, não na totalidade.. Eu juro que queria conseguir, juro que sim, mas não consigo. Tu estás em tudo o que vejo, tudo o que vivo.. e pior, tu ainda estás em mim. E isso, isso dificulta tudo. Ohhhh, eu amo-te, fodasse!
Dannie
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
sábado, 15 de outubro de 2011
Eu dizia que morria se me deixasses. Tu deixaste-me e eu não morri.
Continuo a viver neste mundo, nesta vida que apesar de não me parecer ter sentido algum, é a minha. E sabes porquê? Continuo aqui, porque apesar de tu me teres deixado, eu não te deixei. Continuo a amar-te e por isso não morri. Porque o meu amor por ti me faz viver, mesmo longe de ti, e acima de tudo ele faz-me acreditar que este não foi o fim, e sim eu acredito que vais voltar... "porque o que é nosso, nunca se vai para sempre".
Amo-te
Dannie
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Assusta-me a possibilidade de nunca mais te ver. Assusta-me o poder ter que viver o resto da minha vida sem te ter comigo, como sempre o prometeste. Assusta-me isto assustar-me. Mas assusta-me ainda mais, o facto de poderes vir a ter outra pessoa. E é (mais) por isso, que eu te quero esquecer rapidamente, que eu quero olhar para ti só como um amigo, porque se eu já estou a sofrer, se isso acontecer, eu..eu não sei, mas ficar bem, não fico.. (para não dizer mesmo, que acho que não iria conseguir aguentar...) .
Dannie
Paz
Tu estás bem. Isso não me sai da cabeça, mas o pior não é isso. O pior é que eu não consigo estar bem em lado nenhum. Nada me satisfaz, nada me faz feliz. Eu já nem peço que tu voltes, apesar de o continuar a querer com tudo o que sou. Eu só peço, um bocadinho de paz..
Dannie
sábado, 8 de outubro de 2011
Tempo
Não sei como é que vou conseguir, mas eu vou conseguir. Eu tenho-o de fazer, se tu já não queres, não te vou obrigar e muito menos andar atrás de ti feita desesperada, nem mesmo que o esteja. A vida é assim: dura, injusta e incompreensível, mas se nós estamos aqui, por algum motivo é e por isso temos de nos aguentar. O tempo cura tudo e se não apaga o passado, pelo menos atenua-o. Logo, o que me resta é esperar. A minha cura está no tempo, de uma maneira ou de outra..
Dannie
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Verdade "fácil"
Sei disso e não precisei que ninguém me dissesse, conheço-te melhor do que ninguém. Talvez seja por isso que o medo me invada sempre que penso nisso, pois sei bem que essa procura pode acabar por ser mais produtiva do que imagines e mais do que eu consiga suportar..
Dannie
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